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Blog criado devido ao número de solicitações e críticas de falso moralismo em redes sociais.
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um caso à parte.

Não lembro que dia foi exatamente que fomos socorrer uma mulher apaixonada. É até cômica a frase, mas de engraçada não tem nada.

Fui chamada pela minha mãe para ir na casa de uma conhecida nossa, buscá-la para levá-la ao hospital, não seria uma situação estranha se a conhecida em questão fosse alguém que não víamos a cinco anos, perguntei o que estava acontecendo e minha mãe falou: "Paula, vamos ao hospital Laureano que o esposo de Adriana tá internado e esqueceu o carregador em casa, o celular dele descarregou!" Então fomos lá, eu e minha mãe, nos aventurando por estradas desconhecidas, digo, ruas. A minha mãe, coitada, não tem o mínimo senso de direção e se perde a cada esquina, mas ousamos ao ir buscar essa nossa colega para ela levar o carregador para o marido dela, enfrentamos um mínimo engarrafamento, a minha mãe, totalmente perdida passou pela mesma rua umas 3 vezes, virou um girador duas vezes, perguntamos a umas mil almas caridosas onde ficava a bendita rua, até que enfim, encontramos! Lá vinha a nossa amiga, ela é baixinha, magrinha, vinha cansada, parecia ter corrido uma maratona de tão ofegante, pulei para o banco de trás do carro e a pedi para entrar, afinal quem ia explicar o caminho para a desorientada da minha mãe seria ela, não eu. No caminho pro hospital ela, além de nos agradecer muito e explicar o caminho certo pra chegar lá o mais rápido possível, vinha nos contando a batalha que vem travando contra o tempo e a doença do seu marido, Não lembro ao certo a quantos anos essa luta existe, ele tem câncer e ela está do lado dele todos esses anos, estou falando de um casal jovem, com toda uma vida pela frente e quando penso nessa vida toda pela frente imagino que a fé dessa mulher possa possibilitar a ele melhorias, possa dar ao seu marido forças que ele desconhece, pode dar a sua vida o brilho merecido e ganho por um amor tão lindo, confesso que fui chorando baixinho a caminho do hospital, reconhecendo cada palavra que ela falava, conheci um amor que eu tanto ouço falar e desconheço pessoalmente, vi que ele existe e é mais forte do que qualquer um possa imaginar. Ela entrou no hospital, entregou o carregador e saiu feliz por tê-lo achado mais "corado" rs.

 Naquela noite eu não só tive a certeza de que o amor existe como também que eu não quero a pessoa errada pra mim, não quero que um dia eu esteja com uma pessoa que eu possa abandonar por algo fútil, sim, acredito que câncer seja uma coisa pequena diante do amor que vi aquela noite. Quero alguém que lute, não por mim, mas junto comigo, que deite em uma cama comigo seja no quarto, seja num hospital, que cuide de mim quando eu puder sorrir e quando o meu sorriso estiver ausente, que faça por mim o que eu não puder fazer por ele, porque quando eu amar eu vou tentar fazer pela pessoa o que ela não pode. Adriana, torço e oro pra que esse amor seja eterno enquanto houver possibilidades e quando isso não houver mais que ainda haja, como por milagre, como por presença, um pouco de esperança.

Eu sei que existe por aí muitos casos desses, mas ver de perto me chocou, nos preocupamos com coisas tão banais, com beleza, com status, com o valor de algumas coisas que o interior rejeita, o interior, esse sim permanece, a essência de uma pessoa é indescritível, a vontade de viver de uma pessoa surreal e o amor, se existe eterno, esse vai além.

Tomei a liberdade de postar a foto dos dois, foto que eu vejo tanto carinho. Um beijo pra vocês,

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