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Blog criado devido ao número de solicitações e críticas de falso moralismo em redes sociais.
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

eu AMAmentei.

Não sei qual o outro lado da história, só tive uma filha, só tenho uma história pra contar.
A amamentação é essencial e não entendo mães que abrem mão de tal ato. Eu amamentei com muito sacrificio a minha filha e vou contar pra vocês para que acabem as desculpas esfarrapadas do "Eu não tinha leite". Digo, tem leite quem quer! Vou explicar porque.

Antes de Barbara nascer a minha ex cunhada teve nenêm e eu a vi sofrer muito, com dores ao amamentar a sua filha Melissa, ela se contorcia, fazia caretas, as vezes chorava e ao ver aquilo eu disse "Daqui a uns meses sou eu". Ela olhou pra mim e falou com muita convicção: "Você não vai aguentar, é muita dor, você não aguenta mesmo"

Ahan, ela falou as palavrinhas mágicas.. EU NÃO IA AGUENTAR. E aquela dor, nela, persistiu por longa uma semana. Uma semana de muita aflição, tanto pra ela quanto pra quem via. Era tão angustiante vê-la sentindo dor que as vezes eu saia de perto.

Quando Bárbara nasceu, ainda na maternidade, devido ao parto ter sido cirúrgico eu tinha que passar algumas (12) horas deitada e imóvel. Trouxeram B pra eu amamentar e adivinhem.. Não tinha leite, nem um tico, nem um pingo. Me senti incapaz, como assim EU NÃO TENHO LEITE? A enfermeira disse que era porque eu estava deitada e isso dificultava a amamentação, me tranquilizei.

Quando me levantaram e eu pude enfim andar, tomar banho, pegar minha filha E amamentar, lá vamos nós duas, felizes da vida, eu dar o alimento da minha bebê e olha que incrível, o alimento estava em mim! Posicionei Bárbara como me ensinaram, ela sugou, sugou, sugou e chorou. Nada de leite.. As enfermeiras falaram que eu estava ansiosa, relaxei, cadê meu leite? Chegou a noite e nada, amanheceu e nada, passaram dois dias e NADA! Falo sério, NADA DE LEITE!

Saimos da maternidade com uma lata de NAN (Leite para recém nascido) eu, inconformada, me sentindo incapaz, me sentindo a pior das mães não entendia porque justo eu, que tinha seios fartos não tinha leite. Fiz de tudo, dei compressa, tomei muito suco, muito leite, comi o que mandavam comer, muito doce, muito caju, qualquer coisa pra ter leite, até passar o pente no peito eu passei! Quando me lembro .. Me desesperei tanto, pensava que antigamente, quando não existia NAN as mães faziam o que? Eu chorava, orava pedindo a Deus um pouco de leite.. Mas eis o segredo: Eu era tão louca e persistente que eu não tirava a minha filha do peito, mesmo seco, sem nada eu não tirava. Cada vez que minha mãe me perguntava se eu estava sentindo o leite "chegar" eu balançava a cabeça dizendo que não, e não sentia mesmo. Foram 5, repito.. CINCO dias angustiantes na minha vida de mãe incapacitada de alimentar seu filho.

No final do quinto dia, depois de pedir muito a Deus, depois de quase fazer um trato com ele, eis que finalmente o leite chega, era pouco, gotas, MAS CHEGOU!! E eu chorei tanto de felicidade, só vi 3 gotas, mas B se alimentou e dormiu pela primeira vez porque eu a tinha amamentado. Me senti plena, realizada, completa até que...

A DOR! QUE DOR!!!!!!!!!!!!! Bem nesse exagero mesmo. Meu peito feriu, sangrou, ficou na carne viva, roxo, quase preto.. Bárbara bebia o leite e o sangue descia, mas eu continuava a amamentar, sabia que como tinha acontecido com a minha cunhada ia acontecer comigo, aquilo ia parar em uma semana.. A dor era tanta, eu já conhecia as lágrimas, os movimentos, os mesmos que minha cunhada fazia eu repetia. Era questão de honra superar aquela dor, ela disse que eu não conseguiria mas eu ia conseguir.

Passaram-se sete dias, oito, nove, doze.. já chega! Não vai parar nunca.. 20 dias depois e eu sentindo a mesma dor, fui ao médico.. O pediatra mandou eu parar, minha ginecologista me deu pomadas, remédios e nada passava, ela também mandou eu parar com aquela tortura, que por sinal era de 2 em 2 horas. Eu não parei, não era mais questão de honra.. era questão de amor. Ver a minha filha se alimentando do meu leite, vê-la engordar, ficar corada, ficar linda, me fazia feliz, não tinha dor que superasse eu ver minha filha adormecer sorrindo no meu peito. 40 dias depois a dor passou..

Então veio a minha desnutrição, eu amamentei tanto que definhei, desnutri, fiquei tão magra que parecia que ia quebrar ao meio, cheguei aos 41 kg, até que enfim tive que parar, mas aí Bárbara já tinha 10 meses e eu já tinha completado a minha missão de fornecedora de leite materno.

Por isso eu não acredito na frase do "eu não tenho leite" "meu filho não fica saciado só com o leite"

Durante os seis primeiros meses, mães, amamentem seus filhos. Esse é o primeiro ato de amor que vocês podem fazer por eles.


Um beijo.

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